
Proibir vapes expõe jovens ao desconhecido, dizem especialistas
Pesquisadores participaram do seminário virtual “Produtos alternativos de nicotina: os riscos da ausência de regras”, realizado pelo Poder360 nesta 3ª feira (6.mai) Marcos Vinicius Teixeira, gerente sênior de Assuntos Científicos e Regulatórios da BAT Brasil, disse que, depois…
Pesquisadores participaram do seminário virtual “Produtos alternativos de nicotina: os riscos da ausência de regras”, realizado pelo Poder360 nesta 3ª feira (6.mai)
Marcos Vinicius Teixeira, gerente sênior de Assuntos Científicos e Regulatórios da BAT Brasil, disse que, depois de 1 ano, a decisão da Anvisa não foi efetiva. “Hoje esses produtos seguem sendo comercializados. Nós temos 100% de mercado ilícito no Brasil com isso […] Esses consumidores seguem sendo expostos a produtos que não possuem nenhum controle sanitário e de qualidade”, declarou.
Teixeira avalia que o Brasil precisa entender o conceito de redução de riscos para a saúde dos usuários dos vapes. Defendeu haver bons exemplos no mundo que poderiam ser importados para o Brasil, como os Estados Unidos, o Canadá e o Reino Unido.
“Hoje nós temos mais de 100 países no mundo que já regulamentaram os cigarros eletrônicos. E regulamentaram frente às bases científicas, ao estudo desses dispositivos já já regulamentados”, declarou.
Segundo ele, o número de tabagistas no Brasil está estagnado há anos. Afirmou que, enquanto isso, houve uma queda do consumo em países onde há regulamentação de cigarros eletrônicos.
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
Joelmir Silva, farmacologista e professor na graduação da FMO (Faculdade de Medicina de Olinda), em Pernambuco, declarou ser difícil saber as consequências do consumo dos produtos comercializados no mercado clandestino brasileiro.
Segundo o professor, estudos internacionais indicam haver redução significativa dos riscos à saúde dos vapes em relação aos cigarros convencionais à combustão. O tabaco aquecido, os vaporizadores e os sachês de nicotina não utilizam combustão, o que reduz os impactos no sistema respiratório do usuário.
A pessoa que utiliza esses produtos terá menor consumo de compostos possivelmente tóxicos, segundo Silva. Um cigarro convencional pode atingir temperaturas de 900 graus Celsius, enquanto vapes marcam aproximadamente 200 graus Celsius.
“É relevante a gente compreender que temperatura é um fator importante e limitante para a formação de substâncias que podem induzir algum dano ao usuário deste produto. Quando temos esse controle de um produto regulado conseguimos minimizar essas substâncias e, consequentemente, uma toxicidade e um dano à saúde serem minimizados como vários estudos internacionais vêm mostrando”, disse o professor da FMO.